sexta-feira, 26 de junho de 2015

Brasil

Eu tenho raiz africana ou sou muito brasileira, eu gosto de mandala mas meu negocio é capoeira. Quando ouço uma cantiga do terreiro meu corpo se arrepia inteiro. A história do meu Brasil é a história do meu povo, os negros alforriados entrando em um seculo novo. Sou de pele branca, sobrenome italiano, mas o que me encanta mesmo é o sotaque baiano. Vi a neve no Canada em fevereiro, mas nada é mais bonito que o Rio de Janeiro. E eu vibro de ver as festas de São João. Brigadeiro, Paçoca, Arroz, Feijão. Agradeço aos índios que deixaram ensinamentos, com negros e brancos, ervas, chás, benzimentos. Me emociona a alegria de um país pobre que mesmo sem dinheiro não deixa de ser nobre. A falta de recurso nunca foi motivo pra chorar, quando chega o carnaval todo vai mundo sai para pular. A diversidade cultural faz do Brasil um país maternal. Aqui sempre cabe mais gente não importa a língua, a cor ou a mente. A corrupção é o problema, nesse país sorridente esse é o dilema. Mas o povo brasileiro não se deixa levar, quando o gigante acorda todo mundo vai lutar. As ruas são as mesmas para festa ou pra luta, mostrem pra esses ladrões que não somos uma puta. E assim vamos levando, um dia sorrindo outro lutando. Mas abandonar o Brasil não é uma opção, podem pagar mais la fora mas eu não quero não. Aqui é minha terra é aqui que eu vou ficar e esses corruptos vão ter que se mandar! Fico com meu povo feliz e festeiro, porque não há lugar melhor que o Brasil no mundo inteiro. Fico com o litoral, sorriso e calor, amazonas, florestas, ilhas e amor. Sou brasileira e gosto de brasileirice, de samba, mpb e crendice. Meus amigos são americanizados, eles não sabem o que perdem...coitados. Então dizem que eu tenho um pé na senzala, preconceituosos, mal sabem que o corpo é branco mas a alma é negra. Mal sabem que a cor é uma e o coração é outro. Mal sabem que eu sou brasileira.